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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O julgamento

Nós brasileiros somos muito bons no quesito julgamento. Julgamos roupas, cabelos, carros, motos e até o jeito de andar. Somos especialistas...
Quando o assunto é crime então, nem se fala. Basta a mídia em geral apresentar um suspeito que automaticamente já o julgamos culpado, antes mesmo que se apresentem provas concretas. Julgamos a partir de nossos valores ou a partir dos valores da mídia? Recentemente em uma conversa entre amigos discutíamos sobre a postura da seleção brasileira de voleibol durante o campeonato mundial de 2010, onde supostamente entregaram o jogo para a seleção Búlgara para cair em uma chave mais fácil na fase seguinte. O fato é que segundo alguns jogadores esse fato realmente aconteceu. A pergunta que não quer calar, esse acontecimento apagou o passado vitorioso do técnico Bernardinho, simplesmente por ter utilizado de uma estratégia que diga-se de passagem não feriu o regulamento da competição?
Nós brasileiros estamos o crucificando. Meu objetivo não é de ser o advogado do diabo, mas se julgamos com nossa suprema sabedoria e senso de justiça, porque, ainda relacionado ao esporte recentemente o campeonato brasileiro em sua série principal esteve envolvido em um escândalo de manipulação de vários resultados, porém, os estádios continuam lotados, o futebol continua sendo a paixão nacional e ninguém mais questiona a idoneidade das pessoas que o dirigem?
Um último ponto que eu gostaria de citar refere-se ainda ao nosso imenso poder de julgamento. Temos sabedoria para apontar assassinos e ações indevidas das pessoas e nos esquecemos que a cada dois anos escolhemos nossos representantes para as esferas municipal, estadual e federal, onde em nossa já conhecida capacidade de julgamento elegemos pessoas que comprovadamente utilizaram de sua posição para obter vantagens em diversas situações, desviaram dinheiro público, encomendaram crimes, são "donos" de cidades e até mesmo de Estados inteiros. E ainda assim em 2010 continuamos a eleger essas pessoas, e quando digo que elegemos é por que não adianta pensarmos que votando em Branco ou Nulo ou mesmo o fato de abster-se de votar não estamos nos comprometendo, talvez estejamos mais comprometidos do que aqueles que votaram, afinal iremos reclamar de quem depois???
É muito fácil depositar a culpa nos outros, julgá-los incompetentes na hora de escolher um candidato, porém se você não escolhe o seu preferido a partir de uma análise do histórico do cidadão o incompetente é você que vai pela maioria, ou simplesmente não vota em ninguém.

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